sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fora do Brasil 1

Continuar os estudos na área de Computação é um sonho de diversos alunos da graduação, se for fora do Brasil, normalmente é mais atrativo ainda. Então, começamos hoje uma série de posts com dicas de quem está lá: Rafael Rezende estudou Engenharia de Computação no Brasil e agora faz mestrado na Suiça.
Ele nos conta como foi (e como está sendo) esta incrível experiência, para esclarecer dúvidas de quem pretende seguir caminhos parecidos. Vamos ao primeiro de uma sequência de posts sobre o tema:

Oportunidades no Exterior

Antes de qualquer profissão ou carreira, desde muito cedo eu almejava uma experiência no exterior. O propósito era, nessa época e por muito tempo, uma "mera" experiência de vida, respirar outros ares, viver outra cultura e idioma. Dos primeiros anos de formação até os dias de hoje, compartilhei as mesmas ambições, de um modo geral, com uma "geração internet" sedenta por girar o mundo. As perguntas são quase sempre as mesmas: Como é o dia-a-dia imerso em uma outra cultura? Qual a receptividade do brasileiro no exterior? Quais são os valores dessa sociedade? E quanto aos relacionamentos de amizade, profissionais e acadêmicos?
Essas e tantas outras perguntas dão início, então, a uma pequena série de posts aqui, neste blog, sobre como garimpar e o que esperar de uma vivência no exterior. Começo dizendo que o fator mais importante é a Determinação. Mais do que a certeza do objetivo, consiste em fazer acontecer. Entre querer e realizar existe um abismo do qual muitas pessoas têm medo.

Primeiros passos...

O processo de admissão varia entre as universidades. Quanto maior a reputação da instituição, maiores são as exigências. É muito difícil medir o potencial de um candidato - mesmo com toda documentação formal - sem saber como ele trabalha, o quanto se empenha e qual o retorno que ele, como estudante, proverá à instituição. Por isso é importante estar bem preparado antes de encarar o desafio. Detalhes no currículo ou histórico escolar podem enriquecer essa "primeira impressão" no processo de seleção, que é ainda mais rígido quando envolve bolsa de estudos.

Ingles já não é um diferencial.

Foi-se o tempo em que falar ingles o colocava um passo à frente de todos. Na área de TI esse já é um requisito obrigatório até mesmo no mercado nacional. O próprio aprendizado exige do aluno consultas constantes no idioma. Mesmo que já tenha feito cursos de inglês, busque aperfeiçoar suas habilidades pela internet, praticando conversação com pessoas ao redor do mundo. Uma sugestão é a rede social www.livemocha.com, que possui cursos práticos online em vários idiomas em diferentes níveis de aprendizado. Se você não se sente seguro sobre sua proficiência,
busque uma escola de idiomas e faça um teste de conversação. Se a intenção for estudar no exterior, é importante ressaltar que a grande maioria das instituições exige certificação oficial no idioma do curso.

Desempenho escolar

Existe uma dúvida frequente, ainda durante a graduação, sobre até onde o desempenho escolar do aluno (notas) é importante. Como já foi dito, é muito difícil para uma instituição estrangeira avaliar um candidato devido à falta de referencial. Portanto, as notas escolares costumam fazer parte do critério de seleção, juntamente com currículo e cartas de referência. Ainda que não seja uma forma eficiente, essa métrica é acompanhada da grade escolar que define qual foi o foco do curso e identifica quais são os pontos fortes e fracos do candidato.
Logo, se você está cursando graduação ou mestrado neste momento, tenha em mente que o esforço realizado agora refletirá de forma positiva posteriormente, abrindo muitas portas. Da mesma forma, o conhecimento absorvido durante essa fase poderá amenizar a pressão da próxima etapa.

Currículo

Experiência profissional não é obrigatória se a pretensão no exterior for acadêmica, pois muitas universidades buscam jovens recém-formados com um desempenho notável. Esse desempenho, por sua vez, inclui outras práticas como participação em seminários, competições na área, cursos e um Trabalho de Conclusão de Curso de destaque. Práticas relacionadas à empreendedorismo são sempre bem vistas, em qualquer lugar, pois demostram proatividade e determinação.
Um currículo sempre se limita ao que é de fato relevante à posição desejada. Portando, evite citar cursos ou experiências profissionais que NÃO tenham relação com o objetivo. É comum, também, se preocupar exageradamente com o modelo de currículo. Eu diria que formatação não abre portas, e sim conteúdo. Seja sucinto e enfoque nas qualidades. Documentos são desnecessários nesse momento. Além disso, um ponto importante: NÃO MINTA, pois cedo ou tarde a máscara realmente cai.

Cartas de referência

Outro critério de seleção usado por universidades é baseado em cartas de referência. Neste caso, as pessoas mais indicadas à darem o voto de confiança são os professores que o assistiram de perto, como os orientadores de Trabalho de Conclusão de Curso e o coordenador de curso. A referência é ainda mais relevante se o professor tiver boa titulação e reputação, além de atuar na área do mestrado/doutorado desejado. Cartas de referência de seus chefes também são válidos, contanto que, mais uma vez, estejam no contexto.

O tema do próximo post é sobre onde começar a buscar por oportunidades e, quem sabe, uma bolsa de estudos. Até lá.

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Rafael Rezende tem um blog onde fala de suas impressões sobre a experiência de um brasileiro na Suiça. Visite e acompanhe as novidades do Vida Suiça.

Veja também a segunda e terceira parte desta séria

Um comentário:

  1. Interessante, a dica do livemocha.com foi uma indicação preciosa, já me cadastrei e espero em breve estar 'brincando' por lá :D

    Você resumiu muito bem os requisitos, o que me espanta é o fato de o inglês como você mesmo disse não ser um diferencial , e sim um requisito BÁSICO, rsrs.

    Mesmo você citando as universidades como principais 'exportadoras' de talentos, é possivel também conseguir um emprego no exterior atráves de sites com esse objetivo, não conheço muitos, mas sempre vejo o pessoal que trabalha com Ruby on Rails receber muitas propostas para trabalhar no exterior pelo site workingwithrails.com

    Ótimo post, já estou seguindo o blog do Rafael também :D

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